Defesa de tese de doutorado de Tânia Maria de Araújo

Título: Vivos no campo de esquecimento: lepra e isolamento compulsório no Espírito Santo (1937-1962)
Data de defesa: 03/11/2020
Horário: 14h
Local: sala de reunião virtual

Banca Examinadora:  Sebastião Pimentel Franco (Presidente/Orientador – UFES)
Patrícia Maria da Silva Merlo (Examinador Interno - UFES)
Yara Nogueira Monteiro (Examinador Externo - Instituto de Saúde e Laboratório de Estudos de Etnicidade, Racismo e Discriminação - LEER/USP)
Simone Santos de Almeida Silva (Examinador Externo - Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz)
Zilda Maria Menezes Lima (Examinador Externo - UECE)

Resumo: O estudo tem como finalidade analisar a política do isolamento compulsório de pessoas leprosas no Espírito Santo, considerando a instalação da Colônia de Itanhenga em 1937 e a destituição oficial da medida no Brasil na década de 1960, bem como a percepção acerca da doença e do isolamento para doentes submetidos obrigatoriamente à internação. Trata-se de uma investigação de natureza exploratória em que utilizamos fontes bibliográficas, documentais e orais, buscando apoio em pressupostos teórico-metodológicos da micro história e da história oral. O estudo apontou que a segregação dos doentes se constituiu como uma resposta política e sanitária para conter a doença, mas decretou centenas de indivíduos ao esquecimento e trouxe efeitos danosos para eles e suas famílias. A partir dos depoimentos de ex-internos da colônia, identificamos que a experiência com a doença e o isolamento trouxeram impactos como ressentimento, abandono de projetos de vida, desvinculação social e reforço do estigma, sendo essa marca uma questão não superada na atualidade. O estudo também nos mostrou a necessidade de distinguirmos, no indivíduo afetado pela política de isolamento, a capacidade de buscar estratégias para lidar com as adversidades e restabelecer novas dinâmicas para sua vida.