Defesa de tese de doutorado de Jordano Viçose

Título: "Rebeliões em Santiago de Compostela: movimentos urbanos e exclusão socioespacial no século XII"
Data: 07/07/2023
Horário: 8h30
Local: Sala 213 do Prédio Bárbara Weinberg – CCHN/UFES

Banca examinadora:
Prof. Dr. Sergio Alberto Feldman (Presidente/Orientador – UFES)
Prof. Dr. Adailson José Rui (Examinador Externo - UNIFAL)
Profa. Dra. Marta Cendón Fernández (Examinador Externo - Universidade de Santiago de Compostela)
Prof. Dr. Bruno Gonçalves Alvaro (Examinador Externo - UFS)
Prof. Dr. Júlio César Bentivoglio (Examinador Interno - UFES)

Resumo: Esta tese de doutoramento analisa as duas rebeliões compostelanas ocorridas durante o episcopado de Diego Gelmírez (1101-1140), a partir dos ensinamentos provenientes da geografia humana, particularmente, da teoria dos “fixos e fluxos” de Milton Santos (1926- 2001). Os fixos e fluxos, instalados ou que atravessaram Santiago de Compostela na transição do século XI para o XII, transformaram-na em um dos mais importantes centros de peregrinação da cristandade, todavia, romperam com tradições jacobeias e baniu grande parte da população nativa de sua própria cidade. Por meio do estudo da Historia Compostelana, única fonte textual que trata das insurreições, através da análise narrativa como técnica metodológica para levantamento de dados, defendemos que a política de exaltação da sé de Compostela foi a causa nevrálgica das sublevações. Iniciada sob o bispado de Diego Peláez (1071-1088), tal política consistia (I) na construção da basílica românica de Santiago; (II) na legitimação de que os restos mortais do apóstolo Tiago jaziam em Galiza; (III) no incentivo às peregrinações ao santuário jacobeu; e (IV) na reforma litúrgico-eclesiástica da igreja de Compostela. Ao promover e dirigir transformações no sistema espacial citadino, Diego Gelmírez engendrou profunda insatisfação entre os compostelanos. A predileção conferida aos públicos transitórios e aos costumes estrangeiros, em detrimento da população nativa e dos costumes locais, motivaram os movimentos urbanos de 1116-1117 e 1136. A proximidade temporal entre um e outro – cerca de vinte anos - e a significativa semelhança entre esses levantes, inclusive do ponto de vista da ordem dos acontecimentos, indicam que os compostelanos continuavam sendo excluídos de um espaço constituído para reproduzir o ritual da peregrinação e para reforçar o poder senhorial- episcopal. 

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