Entre a escravidão e a liberdade em Vitória/ES (1871-1920)

Nome: RAFAELA DOMINGOS LAGO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 14/12/2018
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ADRIANA PEREIRA CAMPOS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADRIANA PEREIRA CAMPOS Orientador
AURÉLIA HERMÍNIA CASTIGLIONI Examinador Externo
CARLOS EDUARDO COUTINHO DA COSTA Examinador Externo
MARIA CRISTINA DADALTO Examinador Interno
PATRÍCIA MARIA DA SILVA MERLO Examinador Interno

Resumo: A tese consiste no estudo do problema do pós-abolição, com ênfase nas relações sociais de cativos e egressos do cativeiro na região de Vitória, entre os anos de 1871 e 1920. O objetivo do estudo foi conhecer as mudanças socioeconômicas, responsáveis em grande medida, pelo desenho demográfico das regiões central e meridional do Espírito Santo no período em tela. Procurou-se investigar se a libertação dos escravos com o advento das leis emancipacionistas (1871 e 1885) e a abolicionista (1888) transformou as comunidades construídas e consolidadas há gerações no cativeiro, ligadas entre si por extensas redes de parentesco. Os marcos temporais encontram-se delimitados pelo ano em que foi promulgada a Lei do Ventre Livre (1871), e o ano de 1920, que encerra o auge do pensamento racista no Brasil e reflete as consequências da crise nos preços do café ocorrida nas duas décadas anteriores, responsável por acelerar o processo de constituição da estrutura fundiária de pequenas propriedades no Estado do Espírito Santo. Utilizaram-se os assentos de batismos e registros civis de nascimento, fontes inéditas de pesquisa na região. Somam-se ao corpo documental cartas de alforrias, relatórios provinciais e de dirigentes do Estado e jornais publicados no Espírito Santo. A análise comparativa com informações do período anterior ao de 1871 permitiu observar uma intensificação nas relações sociais dos cativos com livres a partir da Lei Rio Branco. Ou seja, famílias formadas por escravos se utilizavam do parentesco ritual estabelecido no batismo da Igreja Católica para adentrar no universo livre da região. No que diz respeito ao imediato pós-abolição, depreende-se que não houve migração significativa de parte da população do Espírito Santo da zona rural para a cidade, tampouco para outros estados do Brasil. Contudo, notou-se em análises de jornais que os significados de liberdade e de cidadania nos anos imediatamente posteriores à abolição no Espírito Santo achavam-se em disputa. Entre alianças renovadas, construídas ou rompidas entre ex-senhores e ex-escravos, muitos egressos do cativeiro pareciam viver um tempo entre o da escravidão e o da liberdade. As relações sociais mostraram-se conflituosas, com atos arbitrários de ex-proprietários de escravos e autoridades locais que evidenciavam a dificuldade de parte da sociedade em aceitá-los como iguais em direitos e inseri-los plenamente no universo livre.

Acesso ao documento

Transparência Pública
Acesso à informação

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910