A Representação Clerical da Bruxaria no Século XV: o Livro V do Formicarius, de Johannes Nider.

Nome: RONI TOMAZELLI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 29/06/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
SERGIO ALBERTO FELDMAN Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DULCE OLIVEIRA AMARANTE DOS SANTOS Examinador Externo
GILVAN VENTURA DA SILVA Examinador Interno
PAULO ROBERTO SODRÉ Examinador Interno
SERGIO ALBERTO FELDMAN Orientador

Resumo: Na primeira metade do século XV, o teólogo e reformador dominicano Johannes Nider foi responsável pela elaboração do Formicarius (1436-1437), tratado de forte conteúdo doutrinal e moralizante. O documento se insere em um intenso movimento de reforma da cristandade após os percalços vivenciados pela sociedade europeia ao longo do século XIV e se encontra entre os primeiros escritos a apresentar os contornos da emergente conceituação e representação da bruxaria demoníaca. Na esteira das transformações religiosas, culturais e sociais no ocidente medieval, as
práticas mágicas e supersticiosas, entendidas na Alta Idade Média como ilusões provocadas pelo diabo sobre indivíduos de pouca fé, receberam uma nova caracterização. Tais práticas, associadas ao crime de heresia, vieram a formar o estereótipo demoníaco da bruxaria. Esse novo modelo de malignidade, pautado na crença da existência de uma nova seita de adoradores demoníacos que se reuniam em assembleias noturnas, nas quais profanavam os símbolos e rituais do cristianismo e cometiam as mais execráveis ações ao gênero humano, serviu como justificação ao movimento de caça às bruxas que teve lugar entre os séculos XV e XVII. Partimos da hipótese de que o ambiente de medo e incerteza suscitado pelas inconstâncias do século XIV impeliu a Igreja em uma busca incessante pela identificação do inimigo — esse, por sua vez, era encontrado ipso facto junto às minorias medievais — e dos indivíduos considerados desviantes e portadores de estigmas físicos e morais que justificavam sua exclusão. Nesse sentido, temos como objetivo compreender melhor os mecanismos de estigmatização das minorias medievais no âmbito dos discursos clericais de demonização da bruxaria.

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