Uma linhagem manchada pelo pecado. O discurso antijudaico e a estigmatização dos judeus-conversos (Castela, 1391-1478)

Nome: KELLEN JACOBSEN FOLLADOR
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 07/12/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
SERGIO ALBERTO FELDMAN Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ENRIQUE CANTERA MONTENEGRO Examinador Externo
ÉRICA CRISTHYANE MORAIS DA SILVA Examinador Interno
MARIA LUIZA TUCCI CARNEIRO Examinador Externo
PATRÍCIA MARIA DA SILVA MERLO Examinador Interno
SERGIO ALBERTO FELDMAN Orientador

Resumo: A proposta desta pesquisa é analisar a estigmatização social dos cristãos de
linhagem judaica, denominados conversos, na Coroa de Castela entre o ano de
1391, quando uma grande parcela da população judaica foi convertida à força ao cristianismo, e o ano de 1478, quando houve a aprovação papal de um Tribunal da Inquisição para o reino de Castela. Após as conversões de 1391, uma parte dos neófitos buscou assimilar-se à comunidade cristã, alcançando considerável êxito. Os indícios de uma estigmatização, porém, já começavam a surgir por meio da distinção entre os conversos e os demais cristãos, autodenominados cristãos-velhos. Estes, como uma nítida herança do preconceito antijudaico, consideravam os conversos como “outros” cristãos. À inicial desconfiança religiosa, somaram-se as disputas sociais e políticas que intervieram negativamente nas relações sociais. Não excluindo da análise os fatores políticos e sociais, a hipótese desta pesquisa é que a estigmatização dos conversos tornou-se em parte possível devido à concepção religiosa e cultural que determinados cristãos-velhos nutriam em relação aos conversos. Na visão de alguns cristãos-velhos, o pertencimento anterior ao judaísmo
ou o fato de descender de uma linhagem fiel a esta religião impossibilitava os
conversos de serem considerados legítimos cristãos, o que acarretava a
estigmatização social de muitos membros do grupo. Nesse contexto, os aspectos religiosos e culturais da estigmatização podem ser identificados na discussão travada no reino de Castela à época do surgimento, em 1449, da lei conhecida como Sentencia-Estatuto, que visava sancionar o preconceito e negar a isonomia aos conversos. Somando-se à lei, identificam-se diversificadas acusações de cunho religioso e cultural em obras satíricas e em processos inquisitoriais, deixando patente que a estigmatização dos cristãos de origem judaica também possuía, para além de fatores sociais e políticos, influência do arcabouço cultural e religioso comum aos cristãos-velhos durante o período pesquisado.

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