Defesa de tese de doutorado de Júlia Freire Perini

Título: Deixai morrer, deixai viver: as mudanças no sentido da morte na cidade de Vitória-ES, durante a segunda metade do século XIX e os primeiros anos da república
Data de defesa: 20/09/2019
Horário: 13h
Local: sala 208 do prédio Bárbara Weinberg, CCHN, Campus Goiabeiras, UFES

Banca Examinadora:  Juçara Luzia Leite (Orientadora)
Carlos Roberto Pires Campos (Examinador Externo - IFES)
Leandro do Carmo Quintão (Examinador Externo - IFES)
Luiz Cláudio Moisés Ribeiro (Examinador Interno)
Patrícia Maria da Silva Merlo (Examinador Interno)

Resumo: O presente trabalho teve o objetivo de elucidar as disputas, os consensos e os dissensos em torno dos sentidos da morte e do morrer diante do advento da modernidade na cidade de Vitória-ES entre a segunda metade do Oitocentos e as primeiras décadas do século XX. Apoiando-nos em uma leitura crítica e não-linear a respeito do fenômeno da modernidade e das distintas formas modernas de trato com o tempo, o trabalho teve o intuito de compreender as peculiaridades desse processo na realidade local, investigando como a experiência modernizadora capixaba foi capaz de produzir uma alteração nas representações dos costumes funerários, das formas de experimentar o momento do trespasse e, principalmente, nas novas – e cada vez mais mundanas – maneiras de se vivenciar a morte entre os políticos, os médicos, os engenheiros e os demais detentores dos saberes científicos contemporâneos na capital espírito-santense. Levando em consideração as especificidades locais, visamos de igual modo explorar o que acreditamos ter sido a manifestação de certas formas de resistência a essas modificações, quando analisamos também o papel desempenhado pela Igreja Católica e por suas irmandades nessa luta pela manutenção de rituais e de certos hábitos relacionados a maneiras mais tradicionais de compreensão do além-vida entre os habitantes do perímetro urbano vitoriense. Esses objetivos foram perseguidos a partir de uma análise de jornais, de relatórios administrativos, de ofícios e de atas médicas, além de uma série de documentos eclesiásticos que confirmaram em grande medida a tese central sustentada no presente trabalho, isto é, a de que a permanência de algumas práticas e representações da morte e do morrer em território capixaba – como a manutenção tardia de um cemitério intramuros na urbe vitoriense –  foi muito mais o resultado de uma forma própria – “negociada” ou “alternativa” – de experimentar a temporalidade moderna, do que a expressão de um “atraso’ ou de um “erro de percurso” no processo de modernização do Espírito Santo durante o fim do Império e as décadas iniciais da Primeira República.

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