Defesa de dissertação de mestrado Natan Henrique Taveira Baptista
Título: A glória atlética entre o desejo e a censura: spectāculum, conflito urbano e representação corporal do auriga na África romana (séc. III-IV)
Banca Examinadora:
Gilvan Ventura da Silva (Orientador - PPGHIS - UFES)
Sergio Alberto Feldman (Examinador Interno - PPGHIS - UFES)
Leni Ribeiro Leite (Examinador Interno - PPGHIS - UFES)
Renata Senna Garraffoni (Examinador Externo - UFPR)
Data de defesa: 14/04/2015
Horário: 09:30
Local: Sala de Seminários - IC III - Andar Superior
Resumo:
Este projeto objetiva comparar os discursos e as funções socialmente construídas relativas ao corpo nas ciuitates romanas de Cartago e Hadrumeto no Norte da África durante o terceiro e quarto século. Isto se dá, pois, entendemos que o corpo é moldado por meio de discursos e práticas no contexto histórico, social e cultural em que o indivíduo está inserido. É, portanto, mediador e instrumento de ação e prática social – local no qual se organizam os significados culturais de uma sociedade. No complexo cotidiano urbano das sociedades do mundo do Mediterrâneo Antigo acreditamos que vários desses discursos concorriam por legitimidade e, por consequência, por estabelecimento da sua linguagem de poder. Tendo isto em vista, pretendemos correlacionar dois discursos concomitantes relativos ao corpo – o de uma identidade tradicional romana pagã e uma contestatória e, em construção, a paleocristã. Durante nosso exame, estudaremos o aspecto sociocultural das corridas entre aurigas e seus cavalos nos circi e hipódromos, que levará à cobiça das características humanas vitoriosas entre as equipes esportivas e ao consequente conflito e à desordem social. Relacionamos a esse primeiro aspecto a manifestação da identidade pagã pelo estudo da intervenção mágica inscrita nas tábuas execratórias, como um dos mecanismos utilizados para reinstituição da ordem dentro da cidade. Interpretaremos também a constituição da identidade paleocristã através da obra disciplinar De spectaculis (Sobre os espetáculos), escrita por volta de 202-206, pelo apologista Tertuliano (c. 160-225), natural de Cartago.
