Defesa de dissertação de mestrado Elio Ramires Garcia

Título: Do Estado União de Jeovah à União dos Posseiros de Cotaxé: transição de movimento sociorreligioso a movimento político e organizado - Singularidades: transição e longevidade
Banca Examinadora:
Pedro Ernesto Fagundes (Orientador - PPGHIS - UFES)
Ueber José de Oliveira (Coorientador - PPGHIS - UFES)
Sebastião Pimentel Franco (Examinador Interno - PPGHIS - UFES)
Valter Pires Pereira (Examinador Interno - PPGHIS - UFES)
Adelar João Pizetta (Examinador Externo - ENFF)
Data de defesa: 09/06/2015
Horário: 14:00
Local: Sala 313 - Edifício Bárbara Weinberg

Resumo:
Este trabalho tem como objetivo estudar o processo de transição ocorrido no movimento camponês de matriz sociorreligiosa mais longo da história do Brasil, o qual teve lugar no distrito de Cotaxé, município de Ecoporanga, no estado do Espírito Santo. Estudará o locus de tal fato histórico, suas características físicas e demográficas e o processo de ocupação da região, particularmente no período compreendido entre os anos 1930 e 1960. Inicialmente de natureza sociorreligiosa, o aqui denominado Movimento de Cotaxé tem seus primórdios nos anos finais da década de 1940, quando Udelino Alves de Matos, um bem falante pregador, aporta à região. Aliando o discurso da terra com um impreciso discurso de fundo religioso, o pregador baiano propõe a construção de um novo ente federativo, o Estado União de Jeovah, na zona litigada pelos estados do Espírito Santo e de Minas Gerais. Como providências práticas, o pregador baiano organiza um grupo armado para expulsar proprietários e toma a iniciativa de lançar as bases organizacionais do novo Estado. Liquidado União de Jeovah por ação da Polícia Militar do Espírito Santo em 1953, Udelino desaparece, ou é “desaparecido”. No entanto, mesmo desaparecido Udelino, permanece não resolvida, principalmente, a questão da posse e titulação da terra, permanecem presentes os principais atores sociais, tanto posseiros quanto grileiros, importantes atores individuais e, também, a violência institucional e a violência informal. Nesse contexto de superação traumática, mas também de continuidades, registra-se a presença posterior do PCB, atuando na região e mediando a transição de movimento inicialmente sociorreligioso para movimento eminentemente político e organizado, além de articulado a outros setores dos movimentos sociais. Essa transição, mediada pelo Partido Comunista, constituiu-se no problema central a ser elucidado neste estudo. O movimento de Cotaxé tem seu final com a saída do último dos líderes dos posseiros, durante o mês de outubro de 1966, tendo existido por longos 18 anos. Para alcançar os objetivos propostos neste estudo, utilizamos, como metodologias tanto a análise documental quanto, no campo da história oral, as entrevistas com alguns poucos personagens, os quais vivenciaram, pelo menos em parte, aqueles episódios.

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